Ao
fundo da rua, ao virar da esquina… encontramo-nos com muitas situações
sangrentas que parecem apontar que Deus se cansou e, até, se foi embora, ou
então decidiu ficar fechado nos templos.
Mas
Deus nem escapou nem está fechado nas nossas Igrejas.
Deus
continua aí fora entre os pobres, os marginalizados, os refugiados, os
migrantes, as vítimas da violência e do ódio.
Então
porque não vemos a sua presença?
Possivelmente
porque faltam pessoas que o tornem presente e visível.
Não
são super-homens, heróis de filmes de ação. Somos nós que estamos chamados a
tornar realidade no mundo de hoje a encarnação de Deus.
Deus
não se encarna por magia. Não desce de um céu perdido e de maneira espectacular.
Deus encarna-se e pode continuar a nascer no nosso mundo somente se nós
estivermos dispostos a torna-lo presente e visível no meio das situações de
dor, de sofrimento, de injustiças… mas também de esperança e de alegria.
Não é
Ele quem está ausente. Somos nós que não criamos os espaços e os caminhos para
que a sua Boa Nova, a Palavra feita carne possa transformar o nosso mundo e
fazer com que a nossa sociedade seja mais humana.
O
desafio para cada um de nós não é celebrar o Natal. É SER Natal para todos. Ser o sinal palpável da presença de Deus no
mundo. É esta a nossa tarefa: Ir e “anunciar
que o Reino de Deus está próximo”, que “o
Reino de Deus está no meio de vós”. É através de nós que a humanidade pode
experimentar a proximidade de Deus que caminha connosco em cada lugar do mundo
e em toda e qualquer situação humana.
Para
celebrarmos e sermos Natal, digno desse nome, temos de conjugar
o verbo dar. Conjugou-o o Pai: Deu-nos o seu FILHO unigénito.
Conjugou-o Maria: Maria deu à luz o
seu filho primogénito para que fosse a nossa Luz. E temos de o conjugar nós partilhando com os
irmãos o pão e a consolação, a ajuda e o amor misericordioso.
Feliz
Natal!
P. António Lopes - Director Nacional das OMP
Imagem: Marko Ivan Rupnik
Feliz Natal
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