sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

SANTO E FELIZ NATAL 2014

[Visita-nos o Sol que nasce lá do alto... Luz para iluminar todos os povos  (Lc 1, 78. 2,32) ]

A LUZ e o AMOR de Deus derrama-se nos nossos corações.
Luz para que as nossas mãos sejam o prolongamento da sua misericórdia,
para que a nossa voz seja o eco da sua alegria anunciando boas notícias,
para que os nossos pés sejam fazedores de caminhos de liberdade e justiça,
para que os nossos ouvidos estejam atentos e sensíveis aos gritos  
e murmúrios de quem sofre,
para que a nossa mente seja criadora de espaços de vida e harmonia.
para que o nossos coração seja um lar de amor e de esperança...
e toda a nossa vida seja transformada e iluminada pela sua VIDA.
Natal: Deus na nossa vida para encher-nos da sua LUZ,
da sua FORÇA e do seu AMOR.
Votos de um santo NATAL vivido com intensidade, simples e profundo,
familiar e evangélico, solidário e generoso com o sonho missionário de chegar a todos (EG 31).


OMP Portugal
Foto: DR

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

ESTÁ NA HORA… DE SER CRISTÃO - XVI Fórum Ecuménico Jovem em Coimbra


’Para tudo há um momento e um tempo’(Ecl 3,1-8) foi o tema que reuniu cerca de 300 jovens no Seminário Dehoniano em Coimbra, a 15 de Novembro. Nem a chuva impediu que jovens de todo o país rumassem à cidade da cultura para a XVI edição do FEJ, organização conjunta dos Departamentos Juvenis das Igrejas Católica, Lusitana, Metodista e Presbiteriana, com o apoio do SDPJ Coimbra e dos Dehonianos.
Os anfitriões, o Serviço Diocesano da Pastoral Juvenil de Coimbra (SDPJ), prepararam de forma criativa e acolhedora os diversos espaços onde o FEJ se desenrolou: a escolha dos grupos, o auditório para as plenárias, os locais dos workshops. O grupo da Pastoral Universitária cantou e encantou no auditório e na Capela, mobilizando três centenas vozes para a festa e a oração.
O P. João Paulo Vaz, pároco, cantor e ex-Assistente do SDPJ Coimbra, fez a abordagem bíblica do tema do FEJ, lembrando aos jovens que precisam de um referência que una as experiências que se vivem hoje muito à pressa, pois ‘passamos pela vida como cão por vinha vindimada, vivemos com os outros em jeito de sms, não saboreamos a vida, não conseguimos falar em profundidade’. Deus usa o tempo amando. É preciso viver mais e melhor como cristão.
Dali, os jovens partiram para a reflexão em pequenos grupos, a que se seguiu o almoço partilhado, momento sempre muito fraterno, que permite conhecer mais pessoas, com tempo para conversar e estar.
A tarde começou com os dez workshops que permitiram refletir sobre a forma como vivemos o tempo: ‘tempo para ser filho – a redescoberta da dimensão batismal; tempo para cuidar – a experiência ecuménica em contexto hospitalar; tempo para crescer – a experiência universitária; tempo para orar – a experiência do ‘passo a rezar’; tempo para estar ligado – as novas tecnologias; tempo para dar e receber – o banco do tempo; tempo para a relação – amadurecer as relações, descobrir o outro; tempo para a escuta – tempo para a vida interior; tempo para a Missão – testemunho dos Jovens sem Fronteiras; tempo para ser – o que fazes do teu tempo?
A celebração Final foi tempo de festa e de envio em Missão. Junto ao altar, estavam Bispos, Padres, Pastoras e Pastores a mostrar a diversidade que as Igrejas são. Os jovens regressaram a casa com um pacote de cinco feijões e uma história narrada na celebração: O avô contou ao neto que punha cinco feijões no bolso direito e, ao longo do dia, sempre que acontecia algo de positivo, passava um feijão para o bolso esquerdo. No fim do dia, o bolso esquerdo estava sempre cheio, pois a vida é bela!
Está na Hora? Escolhe o teu desafio e deixa que Deus te surpreenda!


Texto:Tony Neves - Equipa Ecuménica Jovem
Fotos: João Fernandes

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

ANIMAG REFLECTEM COMO SER IGREJA MISSIONÁRIA EM SAÍDA



Vinte e dois Institutos  religiosos, 46 participantes, entre sacerdotes, irmãs e leigos, realizaram a sua assembleia anual, de 4 a 7 de Novembro de 2014, no Santuário de  Cerejaias- Alfândega da Fé, na Diocese de  Bragança- Miranda.

Esta teve como objetivo unir os Institutos Missionários em Portugal para juntos  analisarem a situação atual da animação missionária e laçarem propostas concretas para tornar a igreja portuguesa mais comprometida com a dimensão missionária.

O ANIMAG (animadores missionários dos institutos ad gentes)é um órgão missionário ligado ao IMAG (Institutos Missionários Ad gentes) formados por todos os superiores e superioras provinciais dos institutos missionários ad gentes em Portugal.

A assembleia reservou um dia de formação com D.  José Cordeiro, bispo de Bragança – Miranda, que com palavras simples levou os participantes a refletirem  sobre a Exortação apostólica, a alegria do Evangelho do papa Francisco, além das consequências e desafios para a igreja missionária ad gentes hoje em Portugal.


“É necessário aprendermos a ousarmos um pouco mais e sermos criativos nas nossas propostas, não esquecendo que o fim da nossa e da  missão da igreja é sempre Cristo. E Cristo tem que ser anunciado com alegria e com entusiasmo” – disse D. José.
Desafiou os participantes a viverem os seus carismas específicos e voltar à raiz fundante do mesmo para mostrar a beleza que cada carisma representa na igreja.
“ O Essencial na missão é sentir a Graça de Deus e ser  graça de vida para os outros” , afirmou.

O presidente dos ANIMAG, P. Vitor  Dias, comboniano, manifestou estar satisfeito com o andamento da assembleia quer pela comunhão entre os vários Institutos que demonstram que uma missão em conjunto entre todos é possível. Quer  porque “quando estamos reunidos é que somos desafiados a encontrarmos respostas plausíveis para realizar uma missão em comunhão”.


A assembleia decorreu num clima de oração, celebração, formação, debates e convívio, num espírito saudável de partilha e colaboração entre todos.

Fotos: Missão Press

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

JORNADAS MISSIONÁRIAS 2014 (INSCRIÇÕES ONLINE)

JORNADAS MISSIONÁRIAS 2014

Nos dias 20 e 21 de Setembro em Fátima, juntamente com a Pastoral Juvenil, realizam-se as Jornadas Missionárias com o terma “Família, um projecto…”. Um tema é de grande actualidade quer social quer eclesiológico, uma vez que o papa Francisco colocou a Família no centro das suas preocupações, com um sínodo extraordinário em Outubro de 2014 e um sínodo ordinário em 2015.
Podemos perguntar: “Mas este tema tem a ver com a Missão?”. Penso que tudo o que é humano diz respeito à Missão, como diz respeito à Igreja. O próprio Jesus viveu numa família. Aí cresceu, aprendeu a amar, a andar, a falar, a rezar… A própria Missão nasce de Deus Família, encarna-se numa família biológica, cultural, religiosa. Não é missão da Igreja fazer da humanidade uma família? É por isso que a família é sempre um projecto em todas as suas vertentes e componentes.
Estas Jornadas (ver programa), estou em crer, abordam a família nas suas diversas componentes e descobriremos que deveremos estar nas famílias com benevolência, apoiando os seus desejos de viverem melhor, de ser comunidades de fé, de partilha, de respeito, de atenção, de crescimento e de solidariedade. E ao mesmo tempo, alertar para tudo o que faz definhar: a violência, o ciúme e a inveja, a mentira.
Uma família é o lugar do diálogo. Graças à palavra a criança aprende a dar nome ao mundo, e a exprimir os seus sentimentos: o seu amor e os seus medos, a sua confiança, os seus desejos e as suas inumeráveis questões. É aí que conhece a relação entre o amor e a verdade, o perdão e a solidariedade, o “eu” o “nós” e os “outros.
Se as famílias são frágeis por definição, elas são ao mesmo tempo esse lugar único onde sempre se pode manifestar o milagre de amar de novo, amar ainda mais, para além das incompreensões, sofrimentos, desilusões. Amar e sentir-se amado. É que o amor de Deus faz que da sua própria família nos abramos a uma nova família: à família da sociedade, à família da Igreja, à família do mundo. E isto é Missão!
Inscreve-te e participa! As Jornadas também têm necessidade do teu ponto de vista e do teu contributo para anunciar novamente a beleza da família cristã.

P. António Lopes, SVD
Director Nacional OMP


quarta-feira, 16 de abril de 2014

A EXPERIÊNCIA DO REENCONTRO…


A EXPERIÊNCIA DO REENCONTRO…

A Páscoa festeja-se como uma nova Primavera que apaga o difícil Inverno. É belo e bom.
A quando dos acontecimentos da morte de Jesus, o cepticismo é geral. Tudo o que se passa entre o túmulo e o cenáculo parece-se com uma crónica da dúvida. Somente o reencontro com Jesus que se faz ver apagará essa incredulidade.
Maria Madalena ouve chamar o seu nome e a sua vida transforma-se. Os caminhantes cabisbaixos e derrotados reconhecem Jesus em Emaús na fracção do pão e correm cheios de entusiasmo levar a notícia aos outros. Outros, à beira do lago, começam a acreditar na ressurreição e sentem-se animados a levar a notícia a toda a gente.
A experiência da ressurreição dá-se no final de uma procura e no começo de uma missão. Mais importante do que o túmulo vazio é a experiência do encontro com Jesus. Esta é que é decisiva.
Estou eu disposto a deixar-me encontrar com e por Jesus?


A todos os nossos amigos, colaboradores e benfeitores desejamos uma Santa e Feliz Páscoa!

Texto: P. António Lopes
Foto: Lusa

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

O AMOR VERDADEIRO ESTÁ LÁ SEMPRE PRIMEIRO

O AMOR VERDADEIRO ESTÁ LÁ SEMPRE PRIMEIRO
“A Alegria do Evangelho”


«Como são belos sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia boas novas a Sião»
(Isaías 52,7)
«A voz do meu amado: ei-lo que vem correndo sobre os montes»
(Cântico dos Cânticos 2,8)

1. Vejo a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, do Papa Francisco, a primeira e programática do seu pontificado (n.º 25), como uma torrente de «óleo de alegria» (Isaías 61,3) a inundar, lubrificar e tonificar todos os recantos de uma Igreja que se quer em «vestido de festa» (ainda Isaías 61,3), jubilosamente saindo de si mesma, das amarras do medo, do comodismo, da indiferença, do quietismo, de toda a rigidez autodefensiva, do telónio da administração seja do que for. É, na verdade, necessário e urgente passar da «simples administração» para um «estado permanente de missão» (n.º 25). Requer-se, portanto, uma nova cultura e postura de evangelização, que vá muito para além de uma simples pastoral de manutenção. Deve notar-se que, nas comunidades cristãs primitivas, o termo «Evangelho» é um nome de ação e não de estado. Significa «anunciar a notícia feliz da Ressurreição de Jesus», pelo que não pode ser confundido com um livro colocado na estante que gera vidas colocadas na estante. «Evangelho» significa então «evangelização», e evangelização implica movimento e comunicação, e requer tempo, dedicação, formação, inteligência, entranhas, mãos e coração.



2. Da paleta de tintas do Papa Francisco sai uma Igreja pobre, leve e bela, com uma «tarefa diária: é cada um levar o Evangelho às pessoas com quem se encontra» (n.º 127). A esta Igreja bela não serve o hábito velho daquilo a que ele chama o «deveriaqueísmo», que somos nós cómoda e vaidosamente sentados e entretidos a discutir «o que se deveria fazer» (n.º 96). É o «excesso de diagnóstico» (n.º 50) ou o «excesso de meios, míngua de fins» (Edmund Pellegrino). Sim, este não é o tempo do «deveriaqueísmo», mas o tempo do «saiamos, saiamos» (n.º 49), o tempo de a Igreja inteira sair de si mesma, do seu estatismo autorreferencial. Este é o tempo da leveza e da agilidade do Evangelho, de a Igreja «primeirear» (n.º 24), levando a todos, sobretudo aos pobres, o anúncio do Evangelho, que é «a primeira caridade» (n.º 199; Novo Millennio Ineunte, n.º 50) e «o primeiro serviço que a Igreja pode prestar ao homem e à humanidade inteira» (Redemptoris Missio, n.º 2). O ícone feliz desta maneira de viver bem pode ser «Nossa Senhora da prontidão, que sai “à pressa” (Lucas 1,39) da sua povoação para ir ajudar os outros» (n.º 288).

3. Se não sair ao encontro dos outros, sobretudo dos pobres, se não se lembrar dos pobres, se não os tiver sempre presentes e não nutrir por eles um carinho particular, a Igreja perde credibilidade e o seu critério-chave de autenticidade (n.º 195) e de autoridade. A autoridade na Igreja é sempre por transparência. Transparência de Cristo, deixar passar Cristo, «é Cristo que vive em mim» (Gálatas 2,20). «Nós só nos devíamos lembrar dos pobres», aí está a condição que rege a missão do Apóstolo Paulo (Gálatas 2,10), «o maior missionário de todos os tempos» (Bento XVI, Mensagem para o 45.º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, 2008) e «modelo de cada evangelizador» (Evangelii Nuntiandi, n.º 79). É bom que a Igreja viva em permanente sintonia com as frequências do Sermão da Montanha, em que os primeiros destinatários da felicidade são os «pobres de espírito» (Mateus 5,3), que são os que não têm espaço político, económico, social, educacional, cultural, humano: aqueles que não têm espaço vital, que não têm espaço nenhum, com quem ninguém conta, nem contam para ninguém. Para levar a todos e a todos envolver nesta onda de felicidade, é preciso uma Igreja feliz, liberta de todas as amarras, do formalismo e do calculismo da administração, da frieza da indiferença, do medo que tolhe os movimentos e leva ao pecado da estagnação e da auto-preservação, poço de águas inquinadas.

4. Porque o Papa apela ao uso de imagens para fazer passar a mensagem do Evangelho (n.º 157), enxerto aqui a bela interpretação que os targûmîm (paráfrases aramaicas) fizeram da passagem do Livro dos Números 21,16-18: «Foi então que Israel cantou este poema de louvor, no momento em que voltou o poço que lhes tinha sido dado por mérito de Miriam, depois de ter estado escondido: “Sobe, poço! Sobe, poço!”, assim cantavam. E ele subia. O poço que tinham escavado os patriarcas, Abraão, Isaac e Jacob, os príncipes de outrora, os chefes do povo, Moisés e Aarão, perfuraram-no os dirigentes de Israel, mediram-no com as suas varas. E, depois do deserto, deu-se a eles como um dom. E depois de se dar a eles como um dom, pôs-se a subir com eles pelas altas montanhas, a descer com eles pelos vales. Passando por todo o território de Israel, dava-lhes de beber a todos e a cada um à entrada da sua tenda». Um poço que acompanha o povo por todo o lado, por montes e vales, e que dá de beber ao povo, imagem próxima das pessoas-cântaro de que fala o Papa Francisco (n.º 86). Bela metáfora que traduz bem Jesus e que pode e deve traduzir também a Igreja na sua ação de ir ao encontro das pessoas para saciar a sua sede mais profunda.

5. A Igreja de Cristo é formada por «discípulos missionários», e não por «discípulos e missionários» (n.º 120), como se «missionário» pudesse ser apenas um ornamento ou um acessório a apor ao «discípulo» (n.º 273). Não é um acessório mais ou menos facultativo, que se pode ter ou não ter, usar ou não usar. É por natureza que a Igreja é missionária (Ad Gentes, n.º 2), e «evangelizar constitui, de facto, a graça e a vocação própria da Igreja, a sua identidade mais profunda» (Evangelii Nuntiandi, n.º 14). Neste sentido, escreve bem o Papa Francisco, «eu sou uma missão nesta terra» (n.º 273). Eu sou, tu és, nós somos. Sim, este é o tempo de tudo o que é Igreja transbordar de beleza (n.º 142), e fecundar e contagiar de alegria a inteira paisagem humana e da criação em que por graça estamos inseridos. Este é o tempo de sermos todos contemplativos de Deus e contemplativos do rosto dorido e belo dos nossos irmãos (n.os 154.199.264). Contemplativos e transparentes, habitados pelo mistério de Cristo e dispensadores dos mistérios de Deus (1 Coríntios 4,1; Lumen Gentium, n.º 21).

D. António Couto

Bispo de Lamego
(Publicação conjunta da Missão Press)
Foto: DR