Páscoa, este tempo de luz, enche
as nossas vidas de esperança, de santidade, de alegria.
Somos chamados a comunicar a
nossa experiência, o nosso encontro com Jesus Ressuscitado. Assim o fizeram
aqueles que descobriram o sepulcro vazio, ou quem o viu em pessoa, ou quem o
descobriu ao partir o pão. Foram tantos os que o fizeram ao longo da história.
E hoje tantos homens e mulheres nos lugares mais recônditos do nosso planeta
continuam a comunicar essa experiência da alegria da Ressurreição.
Estamos chamados a ser
testemunhas. O papa Francisco convida-nos a sentir e viver este chamamento
neste ano tão especial: “Um Ano Santo
extraordinário para viver, na existência de cada dia, a misericórdia que o Pai,
desde sempre, estende sobre nós. Neste Jubileu, deixemo-nos surpreender por
Deus. Ele nunca Se cansa de escancarar a porta do seu coração, para repetir que
nos ama e deseja partilhar connosco a sua vida. A Igreja sente, fortemente, a
urgência de anunciar a misericórdia de Deus. A sua vida é autêntica e credível,
quando faz da misericórdia seu convicto anúncio. Sabe que a sua missão
primeira, sobretudo numa época como a nossa cheia de grandes esperanças e
fortes contradições, é a de introduzir a todos no grande mistério da
misericórdia de Deus, contemplando o rosto de Cristo. A Igreja é chamada, em
primeiro lugar, a ser verdadeira testemunha da misericórdia, professando-a e
vivendo-a como o centro da Revelação de Jesus Cristo. Do coração da Trindade,
do íntimo mais profundo do mistério de Deus, brota e flui incessantemente a
grande torrente da misericórdia. Esta fonte nunca poderá esgotar-se, por maior
que seja o número daqueles que dela se abeirem. Sempre que alguém tiver
necessidade poderá aceder a ela, porque a misericórdia de Deus não tem fim.
Quanto insondável é a profundidade do mistério que encerra, tanto é inesgotável
a riqueza que dela provém” (O rosto da misericórdia, 25).
Este tempo de Páscoa e este ano
jubilar sejam para nós a experiência de “praticar
a justiça, amar a misericórdia e caminhar humildemente com o nosso Deus”
(cf. Miqueias 6,8).
Feliz Páscoa!
Texto: P. António Lopes
Imagem: Rupnik